Fernando Pessoa disse: "Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir..." Não consigo precisar o sentimento que aflorava no poeta ao escrever essa frase, mas certamente deve ter sido algo tão profundo quanto o que se passa nesse momento em meu peito.
Escrevo... Escrevo para vomitar todas esses sentimentos tristes que insistem em me atormentar noite e dia...
Escrevo porque tenho a esperança de atenuar essa dor que me corrói a alma...
Escrevo porque quero expressar em palavras a grandeza do meu amor por aquele que foi (e sempre será) um dos homens mais importantes de minha vida... meu avô, Seu Duda - nosso Duda, meu Duda!
Por muitas vezes tive a ilusória impressão de que o verdadeiro sofrimento se consubstanciava pela frustação de não arrumar o emprego dos sonhos, levar um pé na bunda do carinha pelo qual estávamos apaixonadas ou até mesmo ser traído por um amigo...
Sim! Todas essas coisas machucam, sem dúvida!
Mas nada disse tem o condão de se comparar a imensurável dor e tristeza de se percorrer quase três mil quilômetros de distância e não conseguir dar um último beijo e dizer adeus àquele que sempre se fez presente no caminho por mim trilhado e contribuiu para a construção da minha história.
É...! 04 de abril de 2014 foi uma data crucial na vida de todos os que tiveram o privilégio de conhecer e amar o velho Duda! Desde então, os meus dias têm sido cinzas. As noites são solitárias e regadas à lágrimas (muitas!).
Nunca consegui compreender o real propósito da morte. Foge à minha capacidade de entendimento e aceitabilidade... Não sei! Acho que prefiro acreditar que Deus quis a companhia de um homem digno e bondoso por isso resolveu levar o meu querido Duda para habitar os céus!
Um mês se passou ... Ao meu querido Duda,
a minha gratidão por ter sido o melhor avô do mundo (pai com açúcar!)...
Ao meu querido Duda, a certeza de que amei alguém de uma maneira tão profunda e tão intensa que nem mesmo toda a minha existência será suficiente para exaurir e explicar todo o amor que guardo em meu coração!
Resolvi postar esse vídeo porque ele retrata uma das mais lindas histórias de amor que eu ouvi.
Isso mesmo! Um fantástico e real conto de fadas!
Desde crianças, nós, mulheres, somos induzidas a acreditar e sonhar com uma linda história de amor.
E aí vêm a Branca de Neve, Bela Adormecida, Cinderela... Belas e magras princesas que vivem um romance inigualável com seus príncipes encantados.
Quando crescemos, descobrimos que tudo isso não passa de uma grande ilusão.
Pois é! Nem sempre o príncipe encantado é tão encantado assim!
O dragão que mantém a princesa aprisionada é muito mais feroz e resistente do que somos acostumadas a ver nas histórias infantis.
Ah!!! E, o que é mais decepcionante... nem sempre o final é feliz.
Bem... Eu não sei muito sobre Fred e sua esposa! Não sei precisar quantas batalhas os dois superaram juntos, nem mesmo sei sobre suas possíveis discussões. Mas me emocionei ao ver que setenta e cinco anos de união não foram suficientes para exaurir o amor que Fred sente por Lorraine, sua esposa. Um amor que certamente perdurará pelo resto de sua vida.
Pois bem, meus caros!... Assistir ao vídeo só me fez perceber que Lorraine é uma rara. Isto porque, dentre todas as mulheres, ela é uma das poucas que realmente encontrou um princípe encantado e viveu uma linda história de amor!
