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27 de outubro de 2012

'A Arte de ser Feliz'






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ouve um tempo em que minha janela se abria sobre a cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas que caíam de seus dedos e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro as nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com os pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar para poder vê-las assim.


Cecília Meireles






25 de outubro de 2012







"Quando durmo, sonho com você. E quando acordo, sonho em tê-lo nos meus braços. O tempo em que ficamos separados ao menos serviu para que eu tivesse certeza de que quero passar minhas noites ao seu lado e meus dias com seu coração."

             ____Nicholas Sparks - Noites de tormenta